terça-feira, 29 de abril de 2008

Kubuntu 8.04 - Minhas primeiras impressões


Assim que saiu o Kubuntu 8.04 oficialmente, corri para baixar a iso antes mesmo de ser divulgado no site oficial como forma de evitar pegar uma banda completamente congestionada por centenas de pessoas baixando o mesmo arquivo na mesma fonte. Sim, existem algumas vantagens em se fazer parte das listas de discussão, desenvolvimento e debugs. :p

Bom, apenas consegui tempo para instalar de fato, na madrugada de domingo/segunda pois o fim de semana foi muito corrido e tornou-se impossível realizar esta tarefa que há tanto tempo eu esperava. Porque tamanha espera? Digamos que as versões anteriores do Kubuntu não me deixaram satisfeito por questões de incompatibilidades com minha placa de áudio e como consequência tive de me manter na versão 6.06 até antes de ontem.

Deixando de blablabla vamos ao que interessa.

Logo ao dar boot no live cd do kubuntu 8.04, desde sua primeira beta test, pude constatar que haviam melhorias com relação ao reconhecimento de meu hardware. Tudo havia sido reconhecido automaticamente, desde minha placa de áudio ATI até meu dispositivo wireless da Atheros.

Desde então estive numa espera pela release final, porém sempre baixando as versões beta bem como alpha para testes e ajudar com alguns bugs que por ventura eu viesse a encontrar.

Logo que instalei a versão final nesta madrugada, parti para a instalação de alguns pacotes básicos de sobrevivência como o firefox por exemplo. Minha surpresa aqui foi em ver que nos repositórios havia a raposa em sua versão beta 3.0 como padrão. o.O Apesar do susto que levei em ver o kubuntu trazendo por default uma versão beta, fiquei animado em poder testá-la já que ainda não havia encontrado tempo para isso. Instalei e pude ver claras melhorias em relação às demais versões de nossa raposa de fogo. Sem grandes dificuldades consegui instalar os plugins de java e flash, já que esta versão do firefox ainda não consegue instalar automaticamente.

Fui aidiconando alguns outros aplicativos que uso no meu dia-a-dia como o amsn, em sua versão 0.98, thunderbird, xchat, yakuake, kooldock, eclipse, dia, gimp, jsms, etc...

Tudo funcionando redondinho e com uma performance bastante estável. A única coisa que pesou um pouco a nível de memória foi ao instalar o compiz e adicionar alguns efeitos, porém admito que nunca curti essas "frescuras" e instalei apenas a nível de teste, já que até a versão 7.10, o kubuntu não conseguia reconhecer minha placa de vídeo por default. Fiquei surpreso como até nisso ele se saiu bem. Reconheceu minha placa, instalou automaticamente o driver e o compiz juntamente. Em poucos segundos eu estava com os efeitos do compiz habilitados. Porém minha máquina é modesta e isso pesou um pouco para mim no quesito memória. Mas como disse antes, nunca fui fã dessas "frescuras" e logo desabilitei o compiz deixando novamente meu notebook respirar.

Vou seguindo com meu segundo dia de testes no kubuntu 8.04 e veremos no que essa parceria kalib/kubuntu vai dar. ;]

terça-feira, 22 de abril de 2008

Flisol Fortaleza 2008

Mais um ano chega e novamente estamos envolvidos com as vibrações que o Flisol sempre nos proporciona.

Para aqueles que não conhecem ainda, o Flisol, Festival Latino Americano de Instalação de Software Livre, acontece anualmente em mais de 15 países da América-Latina simultaneamente. Logo em sua primeira edição, em 2005, Fortaleza saiu consagrada como tendo sido a cidade com o maior Flisol dentre as mais de 100 cidades latinoamericanas envolvidas no evento.

O evento se resume em fazer instalações de software livre em máquinas de visitantes ou curiosos em conhecer um pouco da filosofia bem como funcionalidade desta vasta gama de possibilidades que é o Mundo do Software Livre. Apesar disto, desde sua primeira edição, aqui em Fortaleza procuramos sempre fazer uma grade recheada de palestras, workshops, atividades ou mini-cursos de forma a trazer uma maior vivência e compreensão aos visitantes que buscam ali muitas vezes mais do que um simples conhecimento introdutório.

Focando o público iniciante, o evento deste ano está repleto de boas palestras para este tipo de público como forma de garantir que todos saiam de lá conhecendo a filosofia do software livre bem como a sua importância.

O evento deste ano será no dia 26 de Abril (Sábado) das 9:00 às 17:00 na Faculdade Evolução: Rua Pedro I, 1276 - Centro. (Clique na foto para ampliar)

A entrada é gratuita, porém incentivamos fortemente que sejam trazidos 2 kilos de alimentos não perecíveis, já que todo ano o Flisol Fortaleza ajuda alguma instituição com esta arrecadação.

Além das palestras, teremos o tradicional install fest onde os visitantes poderão trazer suas máquinas para ter instalados nela softwares livres dos mais diversos tipos gratuitamente com o acompanhamento de pessoas da comunidade com bastante experiência no assunto, bem como tirar suas dúvidas sobre o assunto.

Nos stands das comunidades também estarão sendo distribuídos cds com distribuições Linux bem como Softwares Livres diversos dentre outros brindes.

Quem quizer ver fotos de versões passadas do Flisol em Fortaleza, abaixo disponibilizo links:

Flisol 2006
Flisol 2007

Abaixo segue a grade de palestras do evento deste ano.

09:00 – ABERTURA DO EVENTO

10:00
Sala 1 - Esperanto, Língua Livre - Humberto Xis
Sala 2 – Slackware 12 e suas novidades – Luiz Antonio Oliveira
Sala 3 – Apresentação da ferramenta eGroupWare – Fernando Chucre
Sala 4 - OpenSocial: Construa a sua rede social - Christiano Milfont

11:00
Sala 1- Inclusão Sócio-digital para a cidadania: O uso do Software Livre na Educação pública nos LIES municipais – Sinara Duarte
Sala 2 - Firefox: Domine a raposa de fogo – Rafael Siqueira Telles Vieira
Sala 3 - Programação Orientada a Objetos com Java – Alessandro Moreira
Sala 4 – Mais que um Linux, um Big Linux – Lucas Filho

12:00 – INTERVALO

14:00
Sala 1 - Movimentos de software e cultura livre no estado – Uirá Porã
Sala 2 - Gimp - Tratamento de imagens – Lucas Filho
Sala 3 - P&D e Software Livre – Alex Torquato Souza Carneiro
Sala 4 – I Encontro de Desenvolvedores de Jogos do Ceará – David Ferreira

15:00
Sala 1 – Economia Solidária – Kelma Nunes
Sala 2 - K3B: Gravação e Ripagem no Linux - Rafael Siqueira Telles Vieira
Sala 3 – Mini-Curso Shell Script – Osvaldo Filho

16:00
Sala 1 - Sistema de HelpDek/ServiceDesk OpenSource Ocomon – Rafael Barreira Maia
Sala 2 - BrOffice.org do básico ao avançado – Lucas Filho
Sala 3 - Introdução a Desenvolvimento e Linguagens de Programação – Rafael de Carvalho Farias

Local: Rua Pedro I, 1276 - Centro
Horário: 09:00 - 17:00

Inscrições: http://flisol-ce.890m.com

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Procura-se segurança particular

Pode parecer estranho mas de fato este título já deve ter passado pela cabeça de muitos administradores de redes/infra-estruturas empresariais.

Por incrível que pareça, ainda nos dias de hoje, o administrador de redes é muitas vezes visto pelos demais funcionários da empresa com um certo desprezo. Porquê? Bom, basicamente é pelo fato de ele fazer o que é pago para fazer.

Como um carcará voando sob a presa, o administrador gera medo e raiva nos demais funcionários pelo fato de ter que policiar e capturar atos que vão contra as políticas do local de trabalho. Vida ingrata e ao mesmo tempo honrosa a de quem precisa fazer valer a regra existente.

Este é o principal motivo pelo qual Precisa-se de segurança particular. Por incrível que pareça, já ouvi história de administradores de redes que encontraram seus pneus furados sem "motivo algum" pessoalmente falando.

Diariamente somos torturados por pessoas reclamando que serviço X está lento ou que acesso Y está impossível de se realizar. Porém ao fazer uma breve análise das possíveis causas, constantemente percebemos que os causadores são os mesmos que estão reclamando. E como eles causam isso? Acessando sites de jogos online, pornografia, downloads dentre outros tipos de acessos indevidos que consomem banda de internet ou mesmo recursos do servidor onde muitas vezes seus colegas de trabalho acabam se prejudicando.

Até aí não haveria problema, concordam? Bastaria matar os processos deste indivíduo ou mesmo sua sessão. Porém, o que eles não sabem é que, há uma enorme cobrança da diretoria da empresa para com o lado responsável pela administração de redes e infra estrutura. Os diretores nos cobram cada vez mais uma estabilidade no ambiente de produção e quando acontece um problema desse tipo, eles querem uma respota concreta, que envolve uma causa bem como uma solução do problema apresentado. Para isto temos que acabar por literalmente mostrar o que(quem) está atrapalhando o andamento dos processos da empresa e como o faz.

Sim. Geralmente somos mal vistos na empresa. Deuses, assim alguns nos chamam, como nos tempos da Grécia Antiga. Onipotentes e onipresentes são estes seres aos quais os mortais apenas podem orar tementes aos castigos que lhes podem ser lançados.

abraços pessoal

terça-feira, 15 de abril de 2008

Cultura Hacker - Tenha Ética e Ganharás Respeito

Com a evolução da informática e a solidificação dos sistemas de informação na comunidade um personagem passa a ter maior visibilidade em nossa comunidade ocupando um espaço no palco principal. Os hackers, ou erroneamente conhecidos como Piratas da Rede, vem tendo sua imagem atrelada à cibercriminosos com conhecimentos avançados sobre as tecnologias de redes e computação, aproveitando-se justamente das redes de comunicação para a pratica de delitos das mais diversas formas causando danos à terceiros de todos os níveis com o objetivo de simplesmente destruir dados e informações ou mesmo enriquecer com práticas classificadas como estelionato.

É comum deparar-se na mídia com este termo sendo usado num sentido bastante pejorativo, conotando indissociável relação com o crime e a ilegalidade. Seja nos filmes de Hollywood ou no jornal cotidiano, jovens com grande conhecimento aplicado à fins benignos são apontados como hackers, quando na verdade o termo que ali melhor se encaixaria seria cracker. Surge um novo personagem, este sim usando o conhecimento livre para fins não legais. Mas se assim o é, então o que é um hacker?

O finlandês Pekka Himanen, doutorado aos 20 anos em Filosofia na Universidade de Helsínquia, lançou um livro chamado A Ética Hacker e o Espírito da Era da Informação. Segundo ele, hacker é uma pessoa que tem uma paixão por tecnologia e desenvolve ou programa prazerosamente acreditando na filosofia do Software Livre, ou seja que compartilhar informação é um poderoso bem concreto e que seja um dever moral compartilhar a sua perícia facilitando o acesso à informação e a recursos computacionais onde for possível. Explica também que tal termo na verdade é um referente para o Hacker utilizado no início dos anos 60 que nasceu com programadores do MIT - Instituto Tecnológico de Massachusetts, onde a designação é um título nobre para os aficcionados pelo mundo da computação que passavam horas diante da máquina por puro prazer e curiosidade. Segundo Pekka, a origem deste equívoco remontaria a meados dos anos 80, quando surgiram os primeiros crimes computacionais, e a mídia, não sabendo como designar tais criminosos, aplicou o termo de forma um tanto infeliz.

Podemos tirar como exemplos de grandes hackers Richard Stallman e Linus Torvalds que foram alguns dos grandes responsáveis pelos fundamentos da Sociedade da Informação, principalmente no quesito de Software Livre, nos últimos 30 anos. Ou seja, a ética hacker está diretamente ligada à Inclusão Digital, pois hackers são os apaixonados que não medem esforços em empregar tempo e esforço para desenvolver formas de tornar, no caso, a Sociedade da Informação mais abrangente em fundamentos e ao mesmo tempo disponibilizar acesso aos mais variados tipos de usuários.

Seguindo esta linha de pensamento, os hackers já não são mais os vilões da história, mas sim os mocinhos pois ao analisar-mos alguns dos símbolos mais conhecidos dos tempos atuais como a internet, o computador pessoal e softwares como o sistema operacional Linux, veremos que foram criados por entusiastas trabalhando sileciosamente ou com ajuda de uma comunidade de forma a tentar quebrar padrões trazendo esta gama de evolução que temos hoje trabalhando em um ritmo livre. Sem eles o mundo da informática não seria como o temos hoje por exemplo.

Na visão de um hacker, o sentido da vida esta baseado em uma paixão. Esta paixão sendo uma coisa prazerosa, significativa ou inspiradora para o indivíduo, sendo isto chamado de trabalho ou puramente diversão. Mas quando afirmo que o hacker vive de uma paixão, não significa que sua vida seja apenas alegria e felicidade, pois muitas vezes empreende trabalho duro e tédio, porém o mesmo se compromete a fazê-lo tendo em vista o conjunto em si e o resultado que ele conseguirá propiciar a partir daquilo podendo beneficiar toda uma comunidade ou até mesmo a sociedade em geral, ou seja, ele investe esse tempo e esforço visando um bem maior. Mais prazeroso é a perda de tempo com um tédio que envolve uma paixão do que um tédio que envolve uma obrigação ou um trabalho desagradável permanente não é mesmo?!

Mesmo vivendo num mundo atual onde o capitalismo se estabilizou de forma selvagem, para um hacker o dinheiro não é um bem primordial, sendo um quesito secundário para sua sobrevivência. O dinheiro nunca foi e nunca será objetivo de vida ou meta de trabalho de um hacker, tendo que o mesmo se beneficia ou parece satisfazer-se mais em ver que pôde de alguma forma contribuir para um outro indivíduo ou até mesmo uma comunidade.

Não importando raça, credo ou nacionalidade, os hackers, em geral, são unidos em um objetivo em comum, provavelmente por meio da internet, que é fazer coisas que acham interessantes e construtivas, nos lembrando então um pouco do movimento hippie dos anos 60.

Ainda nos dias de hoje existem cada vez mais pessoas, curiosas, que investem boa parte de sua vida fuçando códigos e sistemas, muitas vezes sem permissões, à nível de estudo e análise prévia, caindo no famoso lema: “Nosso crime é a curiosidade”. Porém, esta onda de curiosidade, ligada à esta má interpretação que tem sido feita durante décadas acerca do termo hacker, fez com que alguns deles debatessem a respeito e então percebendo que não se pode ter muito controle sobre a evolução da língua, o termo que alguns passaram a adotar foi o “geek”, perdendo então boa parte do significado que a palavra hacker realmente trazia consigo, porém por outro lado também não traz a contaminação que vinha sofrendo estas décadas.

Alguns aceitam este novo termo, outros, onde eu me encaixo, preferem bater de frente e insistir na fortificação da ideologia hacker, mostrando o verdadeiro sentido do termo e tornando-o claro e conhecido por todos, para que algum dia quem sabe, os hackers sejam tratados com o devido respeito que merecem.

Kalib - Marcelo Cavalcante Rocha