sábado, 28 de junho de 2008

Porque lembrar não custa nada...

Saudações pessoas...

Estava eu hoje começando a escrever um artigo para a segunda edição do Almanarch, quando bateu uma sede e levantei para beber água. Ao voltar para minha cadeira, lembrei de algo assim que bati os olhos em minha tela com o OpenOffice.org aberto. Porquê não lembrar deles?

Para quem não conhece, o OpenOffice.org é um software livre que possui uma suíte completa de aplicativos de escritório como editor de textos, planilhas, fórmulas matemáticas, apresentação de slides, etc... Mas o objetivo não é apenas lembrar o OpenOffice.org, mas sim todos os softwares que utilizo diariamente e que possuem uma característica em comum: Software Livre. Então não custa nada lembrar deles, os programadores, que dedicaram tanto tempo na construção de uma ferramenta e hoje nos disponibilizam.

Abaixo segue a descrição de Software Livre pela GNU Foundation.

O que é o Software Livre?

Nós mantemos esta definição do Software Livre para mostrar claramente o que deve ser verdadeiro à respeito de um dado programa de software para que ele seja considerado software livre.

"Software Livre" é uma questão de liberdade, não de preço. Para entender o conceito, você deve pensar em "liberdade de expressão", não em "cerveja grátis".

"Software livre" se refere à liberdade dos usuários executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software. Mais precisamente, ele se refere a quatro tipos de liberdade, para os usuários do software:

  • A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade no. 0)
  • A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade no. 1). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
  • A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade no. 2).
  • A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade no. 3). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

Um programa é software livre se os usuários tem todas essas liberdades. Portanto, você deve ser livre para redistribuir cópias, seja com ou sem modificações, seja de graça ou cobrando uma taxa pela distribuição, para qualquer um em qualquer lugar. Ser livre para fazer essas coisas significa (entre outras coisas) que você não tem que pedir ou pagar pela permissão.

Você deve também ter a liberdade de fazer modifcações e usá-las privativamente no seu trabalho ou lazer, sem nem mesmo mencionar que elas existem. Se você publicar as modificações, você não deve ser obrigado a avisar a ninguém em particular, ou de nenhum modo em especial.

A liberdade de utilizar um programa significa a liberdade para qualquer tipo de pessoa física ou jurídica utilizar o software em qualquer tipo de sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem que seja necessário comunicar ao desenvolvedor ou a qualquer outra entidade em especial.

A liberdade de redistribuir cópias deve incluir formas binárias ou executáveis do programa, assim como o código-fonte, tanto para as versões originais quanto para as modificadas. Está ok se não for possível produzir uma forma binária ou executável (pois algumas linguagens de programação não suportam este recurso), mas deve ser concedida a liberdade de redistribuir essas formas caso seja desenvolvido um meio de cria-las.

De modo que a liberdade de fazer modificações, e de publicar versões aperfeiçoadas, tenha algum significado, deve-se ter acesso ao código-fonte do programa. Portanto, acesso ao código-fonte é uma condição necessária ao software livre.

Para que essas liberdades sejam reais, elas tem que ser irrevogáveis desde que você não faça nada errado; caso o desenvolvedor do software tenha o poder de revogar a licença, mesmo que você não tenha dado motivo, o software não é livre.

Entretanto, certos tipos de regras sobre a maneira de distribuir software livre são aceitáveis, quando elas não entram em conflito com as liberdades principais. Por exemplo, copyleft (apresentado de forma bem simples) é a regra de que, quando redistribuindo um programa, você não pode adicionar restrições para negar para outras pessoas as liberdades principais. Esta regra não entra em conflito com as liberdades; na verdade, ela as protege.

Portanto, você pode ter pago para receber cópias do software GNU, ou você pode ter obtido cópias sem nenhum custo. Mas independente de como você obteve a sua cópia, você sempre tem a liberdade de copiar e modificar o software, ou mesmo de vender cópias.

"Software Livre" Não significa "não-comercial". Um programa livre deve estar disponível para uso comercial, desenvolvimento comercial, e distribuição comercial. O desenvolvimento comercial de software livre não é incomum; tais softwares livres comerciais são muito importantes.

Regras sobre como empacotar uma versão modificada são aceitáveis, se elas não acabam bloqueando a sua liberdade de liberar versões modificadas. Regras como "se você tornou o programa disponível deste modo, você também tem que torná-lo disponível deste outro modo" também podem ser aceitas, da mesma forma. (Note que tal regra ainda deixa para você a escolha de tornar o programa disponível ou não.) Também é aceitável uma licença que exija que, caso você tenha distribuído uma versão modificada e um desenvolvedor anterior peça por uma cópia dele, você deva enviar uma.

No projeto GNU, nós usamos "copyleft" para proteger estas liberdades legalmente para todos. Mas também existe software livre que não é copyleft. Nós acreditamos que hajam razões importantes pelas quais é melhor usar o copyleft, mas se o seu programa é free-software mas não é copyleft, nós ainda podemos utilizá-lo.

Veja Categorias de Software Livre (18k characters) para uma descrição de como "software livre", "software copyleft" e outras categoria se relacionam umas com as outras.

Às vezes regras de controle de exportação e sansões de comércio podem limitar a sua liberdade de distribuir cópias de programas internacionalmente. Desenvolvedores de software não tem o poder para eliminar ou sobrepor estas restrições, mas o que eles podem e devem fazer é se recusar a impô-las como condições para o uso dos seus programas. Deste modo, as restrições não afetam as atividades e as pessoas fora da jurisdição destes governos.

O texto foi retirado do link: http://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html

terça-feira, 24 de junho de 2008

Ajude a sustentar a Wikipedia e concorra a um Eee PC!


Ajude a sustentar a Wikipédia e outros projetos, sem colocar a mão no bolso, e concorra a um Eee PC!
…e também a pen drives, card drives, camisetas geeks, livros e mais! O BR-Linux e o Efetividade lançaram uma campanha para ajudar a Wikimedia Foundation e outros mantenedores de projetos que usamos no dia-a-dia on-line. Se você puder doar diretamente, ou contribuir de outra forma, são sempre melhores opções. Mas se não puder, veja as regras da promoção e participe - quanto mais divulgação, maior será a doação do BR-Linux e do Efetividade, e você ainda concorre a diversos brindes!

Toda ajuda é bem vinda quando se trata de projetos livres que na maioria das vezes não possui uma renda fixa para investimento e gastos necessários para manter o mesmo, ficando na maioria das vezes este peso no bolso dos próprios mantenedores do mesmo.

Esta Promoção do BR-Linux vem justamente incentivando esta ajuda e apoio, portanto não fique aí parado e divulgue você também. ;]

terça-feira, 10 de junho de 2008

Popularização do Arch Linux

No post anterior já expliquei as origens do arch linux, bem como sua filosofia e as minhas primeiras impressões sobre o mesmo, portanto para quem perdeu ou está aqui se perguntando o que é o Arch Linux, recomendo que dê uma lida no meu post anterior: Minhas primeiras impressões com o Arch Linux.

Aqui dedicarei-me em explicar como a comunidade do Arch Linux se encontra no Brasil e como podemos ajudá-la.

Atualmente temos uma comunidade chamada Archlinux-br, que trabalha buscando uma maior popularização dessa distribuição em nosso país, já que no exterior ela já tem um nome com bastante respaldo. Esse trabalho é dividido entre site, wiki, fórum, lista de discussão, canal de irc, dentre outros meios como blogs pessoais que também ajudam muito na divulgação do arch linux.

A comunidade está buscando e incentivando novos usuários dispostos a utilizarem o Arch como meio de aprender este magnífico universo que é o Linux. O Arch facilita esse aprendizado forçando muitas vezes o usuário a interagir com a linha de comandos do linux para configurar seu sistema.

Atualmente o Arch precisa de pessoas dispostas a ajudar em todos esses meios, seja em suporte aos iniciantes, suporte aos avançados, divulgação, documentação, tradução, etc...

Um dos passos, bastante importante, é o marketing. Estamos trabalhando neste sentido de várias formas, seja em blogs/sites, como já foi dito antes, ou mesmo em termos de imagens pela internet, boca-a-boca, e etc. Também temos a venda as camisas do arch linux que estão com um excelente preço, R$ 15,00. No final do post, disponibilizei links com fotos das duas camisas, frente e verso. Aqueles que tiverem interesse em comprar uma, podem entrar em contato comigo, pois terei prazer em encaminhar o pedido: marcelo em marcelocavalcante.net.

A comunidade Arch Linux tem se mostrado, comigo, bastante receptiva e disposta a aceitar sugestões e críticas. Agora pretendo ajudá-los nesta missão e deixo aqui o convite a todos que desejem ingressar este time e conhecer esta magnífica distribuição Linux, bem como ajudar no processo de popularização do Arch Linux.

Abaixo segue uma lista links que foram citados durante o decorrer do post.

Links:
1- Portal Archlinux-br
2- Planeta Archlinux-br
3- Lista de discussão
4- Fórum
5- Wiki
6- Foto Camisa Azul
7- Foto Camisa Branca

IRC - Nosso canal de irc se encontra na rede freenode -> #archlinux-br

terça-feira, 3 de junho de 2008

Minhas primeiras impressões com o Arch Linux

Quem me conhece sabe que sou um aventureiro quando se trata de distribuições Linux. Sempre utilizei várias distros dos mais variados tipos passando pelo Conectiva, Slackware, Suse, Kurumin, Ubuntu, Kalango, Kubuntu, Debian, Fluxbuntu, Goblinx, Fedora, Big, dentre outros. Agora é a vez do Arch.

A simplicidade do Slackware sempre me fascinou, porém seu gerenciamento de pacotes me desanimou bastante há alguns anos atrás quando vi outras distribuições evoluindo tanto neste ponto como o Debian por exemplo. Foi quando fui fascinado pelo poder do apt-get/aptitude. Por outro lado, sempre gostei de ter os aplicativos mais atualizados e funcionando em minha máquina, e como esse não é o forte do Debian resolvi partir para distros baseadas nele, onde o Kubuntu se destacou ficando por mais tempo. Independente de minha máquina, também utilizo diariamente o Fedora, distribuição que utilizo no trabalho em minha estação. Diante de tantas mudanças, porque não tentar o Arch Linux agora?

Há algum tempo ouço amigos falando sobre suas vantagens mas queria confirmar se era tudo verdade, ou apenas mais uma visão de usuário fanático por sua distro. E foi aí que tudo começou...

Primeiramente parti para a filosofia e história do mesmo. Para quem não sabe, o Arch Linux foi criado em 2001 por Judd Vinet e, desde, então vem crescendo bastante. É uma distribuição rápida, leve, elegante e bastante flexível. No Brasil ainda é uma distro pouco conhecida e usada. Por ser otimizado para processadores i686, o Arch roda mais rápido que a maioria das distribuições que, por sua vez, utilizam pacotes para i386, porém por outro lado só roda em máquinas com processadores superiores ao pentium II. O Arch possui uma filosofia que se assemelha a do Slackware no estilo KISS, Keep It Simple Stupid, mantendo o sistema simples e bastante customizável de modo que pode-se configurar tudo possuindo um pouco de intimidade com o shell do Linux. Porém encontrei nele uma grande evolução com relação ao Slackware que resolveu se manter mais tradicional, enquanto que o Arch trouxe um gerenciador de pacotes chamado pacman. O pacman, de certa forma, lembra o apt-get/aptitude, com o qual é possível facilmente atualizar seu sistema, buscar, instalar ou remover pacotes de forma rápida e segura sem precisar se preocupar com problemas de dependências que o mesmo resolve por você corretamente.

Sempre adorei ler, mas não ia ser uma simples leitura que me convenceria sobre o fato de o Arch ser uma boa distribuição Linux, mesmo porque em cinco minutos eu sou capaz de "criar" uma distribuição Kalib e escrever uma bela história sobre como ela funciona e torná-la assim a melhor distribuição Unix Like ou mesmo BSD, concorda? Sendo assim, parti para os primeiros testes reais.

Como não queria particionar meu disco, pelo mesmo já ter muitas fatias, resolvi criar uma máquina virtual com o Arch Linux, utilizando para isto um aplicativo chamado Virtual Box.

A instalação foi bem simples, sem maiores dificuldades, apesar de ser toda em modo texto sem as facilidades da interface gráfica, o que acaba por assustar um pouco os usuários iniciantes no mundo Linux. Sem maiores traumas passei pelo poucos passos de particionamento do disco, escolha dos pacotes e instalação dos mesmos.

Após a instalação pude, ou melhor, TIVE que testar as habilidades do pacman no gerenciamento de pacotes. Porque TIVE? Bom, digamos que o Arch não traga muitos pacotes instalados por default. Tive de instalar as fontes, o xorg, interface gráfica (kdemod), driver de minha placa de áudio, driver de vídeo, etc... Mas nada que o pacman não tenha resolvido com bastante eficiência. ;] Fiquei surpreso com sua eficiência nesse momento.

Após instalado, resolvi checar a eficiência de seus repositórios. Mandei o pacman instalar o amsn, apenas a nível de curiosidade para saber qual versão ele traria, e para minha surpresa ele me instalou a versão 0.97 que é a mais recente de todas, e que no kubuntu havia conseguido instalar apenas via svn. Realmente me surpreendeu muito o pacman.

Outra coisa que me chamou bastante atenção foi a leveza com que o sistema se mostrou funcionar. Isto pode ser conferido nesta segunda screenshot onde eu estava rodando o top para monitorar os consumos do sistema.

Em resumo, esta foi a primeira impressão que tive do Arch Linux. Uma distribuição bastante leve, eficiente, estável e extremamente maleável. Não é o tipo de distribuição que eu recomendaria para usuários que apenas desejam ter um sistema operacional com tudo funcionando, mas com certeza eu o indicaria para alguém que quer ter um excelente sistema e não tem medo de aprender ou ter que resolver problemas de configuração na unha. Esperemos para ver no que essa relação Kalib/Arch irá resultar. ;]

Links:
1- Maiores detalhes sobre o Arch Linux e sua história
2- Download do Arch
3- Tutorial de Instalação